terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Tempo - Renata Melleu

Passa sem sempre ter compasso

Ou com ele, o preço é o mesmo

Mesmificando tudo que é massa

O prazo continua e o passo aperta

Amassa o que não importa e

Mesmo que importasse

A porta está fechando

No eixo descompensado

Do tempo sem tempero

Nas têmporas tensas do urbano

Que pulsam

Sem termos de ternura

Parando no meio da rua

Para virar o próximo enterro

E ainda chove na pele crua

E a chuva não passa

Até que a poça o engula.

O tempo aponta para a ponte

De pedra

Que perde mais um Pedro

Que não depende mais

Do tempo

De seu relógio parado

Mas agora

Já é passado.

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